quinta-feira, 15 de março de 2012

Eu quero salvar uma vida












Eu quero salvar uma vida

Uma vida que rasteja

Na imundície da marginalidade

Entre ratos e vira-latas

Que sofre cotidianamente

Em um mundo repulsivo

De fome e miséria

Onde caminha relutantemente

Para o inevitável fim da vida

Sob um turbilhão de frustrações e mágoas

Que se juntam aos sonhos destruídos

De uma vida que nunca existiu

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Nossos Pesadelos e Nossos Corações




















Nossos pesadelos
Sobre mantas de sangue
E chamas negras de enxofre
Com lanças pontiagudas
Que traspassam nossos corpos
Infligindo dores insuportáveis
Fazendo as mentes explodirem
Em uma loucura interminável
Ao som dos gritos dos mártires eternos
Sob as tumbas da infelicidade 
Que se levanta para exterminar
Nossos corações

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Lamentações de uma Jovem













Lamentações de uma jovem
Não trazem de volta o que se perdeu
Apenas deprime seu ser
E mata seu espírito amoroso
Além de instalar uma sombra negra
Em seu íntimo choroso e sem vida
Concretizando a morte dos seus sentimentos
E sepultando definitivamente
O amor que existia dentro de si


quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

A Ira das Invejosas






















Em uma enorme plantação de flores, havia uma única Flor Negra, que se destacava das demais, por sua exuberante beleza. Podia ser vista de longe por qualquer pessoa. Era visitada constantemente e seu dono a paparicava muito. Este grande sucesso despertou a inveja das outras flores, as vermelhas, as amarelas, as brancas, as azuis, as roxas e todas as demais. Elas tinham muita raiva da bela Flor Negra, pois elas também eram belas e bastante numerosas. E pensavam que a aquela florzinha, como a chamavam, fazia sucesso por elas estarem ali. Se acaso estivesse sozinha, ninguém olharia para ela. Até mesmo as aves que sobrevoavam a plantação admiravam tamanha beleza.

Numa manhã gloriosa, uns comentários surgiram entre as flores de que aquela florzinha seria vendida e todas ficaram alegres, pois estariam livres daquela aberração, segundo elas. E poderiam todas brilharem novamente, sendo super elogiadas pelos visitantes.

Na tarde daquele dia, a formosa flor foi embora com seu novo dono que era um aficcionado por flores. Houve uma grande festa na plantação e todas cantavam felizes, mas um pequeno detalhe chamou a atenção daquelas flores, no lugar da formosura havia uma outra que estava prestes a desabrochar. Estava protegida com pequenos tapumes que a escondia da visão das outras. Todas ficaram aflitas e curiosas, para saber de que cor seria a nova flor.

No dia seguinte, os pequenos tapumes foram retirados, para surpresa das outras flores, era uma Tulipa Negra, que passou a ser a mais bela da plantação e a mais visitada pelas pessoas. O que despertou a ira das invejosas, que passaram a tramar contra a bela Tulipa Negra.

Na manhã seguinte, as invejosas chamaram o serelepe beija-flor e lhe fizeram um pedido, levar um pólen envenenado para assassinar a bela Tulipa Negra e tirar aquela aberração daquele lugar que somente deveria ficar as verdadeiras e belas flores, segundo elas. O beija-flor recusou. Então, elas o ameaçaram, dizendo que iriam mandar um enxame de insetos para matá-lo. Diante de tal ameaça, ele foi cumprir a missão nefasta, mas quando olhou para a bela Tulipa, desistiu de tirar a vida dela, preferiu arriscar ser morto pelo enxame de insetos, pois aquela beleza magnífica não poderia ser ceifada da terra, sem que fosse apreciada.

Como a primeira tentativa de acabar com a bela flor foi infrutífera, então apelaram para Sr. Corvo da plantação vizinha, que aceitou prontamente o serviço e começou a fazer vários ataques à Tulipa desprotegida. O dono da plantação, vendo o que estava acontecendo, correu rapidamente e salvou-a do corvo assassino. Desenterrou-a e levou-a para cuidar dela dentro da casa.

Na janela, olhando para aquelas invejosas, a Tulipa estava entristecida pela atitude delas, mas de repente nuvens carregadas aparecem nos céus, ventos fortes, relâmpagos e trovoadas. Uma tempestade violenta cai sobre a plantação de flores, ouve-se gritos, choros e lamentações. A tempestade vai embora e deixa um rastro de devastação. A Tulipa olha e não acredita no que vê. Parecia que a ira dos anjos sobreveio sobre as invejosas e a exterminaram da face da Terra. Pecado cometido, castigo recebido.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

RIOS NEGROS
















Rios negros  de lágrimas 
Inundando imensas plantações
De vidas amargas
Que apodreciam lentamente
Sob intensas chuvas cortantes
Que dilaceravam os frutos 
De suas emoções perdidas
Em um mundo frio 
Onde os corações tristes
Morrem sem ter batido
Por um amor verdadeiro