segunda-feira, 23 de julho de 2012

Depressão da Alma















Alma que se esvai
Para a nefasta inexistência
Nas terras da impiedosa melancolia
Sob a tristeza das nuvens negras
Carregadas pelas lágrimas de sofrimento
Que despejam sua amargura sombria
Pelas terras apodrecidas e mortas  
Onde reinam a ignomínia e a vergonha 
Que espalham o desespero incontrolável
Entre as almas maltratadas e aniquiladas 
Pelo torpor insano das vaidades desumanas
Destinando-as à profunda e terrível depressão
Em um mergulho na vasta escuridão 
Onde a alma é devorada pelos seus medos 
E pela eterna e monstruosa solidão




sexta-feira, 1 de junho de 2012

A CARTA DO ANJO PERDIDO





















Era uma vez um menino, ele vivia em uma família que não tinha sonhos, estavam mergulhados na obscuridade da solidão humana, entediados com a própria existência, em seus mundos rotineiros e amizades obtusas. Caminhavam sobre águas turvas com os olhos fechados e sempre cambaleando entre a luz e a escuridão. Ele vivia sendo reprimido pelos seus pais e tudo que fazia estava errado. Ele não entendia porque seus pais não lhe davam atenção e eram totalmente desprovidos de amor. Porém, um dia ele ouviu uma história de seu avô, em que as crianças eram anjos antes de vir para a vida terrena e ele era o anjo mais ansioso para nascer que acabou passando a frente de um outro anjinho. Ele pensou muito nesta história e descobriu porque seus pais não conseguiam amá-lo. Então, ele resolveu escrever uma carta para seus pais, eis o que ela dizia:

“Queridos pais, todos os dias eu olhava para vocês e queria descobrir porque havia tanta amargura nos seus corações. No entanto, não conseguia encontrar a resposta por mais que eu procurasse. Eu ouvia seus gritos, amedrontado, pois vociferavam com tanta violência e furor, como se eu tivesse cometido um crime. Às vezes, eu fazia apenas perguntas triviais do cotidiano e vocês me olhavam com desprezo e sequer me respondiam uma simples palavra. Houve uma ocasião muito importante para a minha vida que eu pensei, aliás acreditei que vocês demonstrariam pela primeira vez algum sentimento por mim, contudo o que recebi foi o derradeiro esquecimento da minha existência, do meu ser. Na escola, a minha turma resolveu homenagear os pais, por eles serem tão amáveis e cuidadosos com suas pequenas crias. Cada um poderia escolher, livremente, o tipo de homenagem que deveria fazer para seus pais. Eu escolhi cantar uma música, que eu resolvi compor para vocês, onde eu declarava o meu sentimento por vocês. Porém, quando comecei a cantar eu não os vi na platéia, mesmo assim, eu continuei, a plenos pulmões, para que talvez a minha voz chegasse aos seus ouvidos. Eu os avisei durante toda a semana sobre esta homenagem e vocês me disseram que iriam me ver. Infelizmente para mim, vocês esqueceram da minha apresentação, isso porque eu era um verdadeiro fantasma em seus corações. Não estava presente nas suas mentes nem nas sua orações. Quando cheguei em casa, vocês gritaram comigo, me indagando por estar chegando tarde. Por isso, naquele momento corri para o quarto e me tranquei. Por um certo tempo, fiquei em pé, imóvel, olhando para o nada, esperando que um de vocês subisse e batesse na porta para saber porque eu corri direto para o quarto e não respondi o que me foi perguntado. Todavia, ninguém apareceu e então, chorei compulsivamente, sentindo muita dor no meu coração, por vocês, simplesmente, não gostarem de mim. Eu pensei que este dia tinha sido o pior da minha vida, mas eu não esperava que o futuro me reservasse uma dor muito maior que essa. No dia do meu aniversário, vocês discutiam violentamente, quando eu cheguei da escola, não entrei na casa direto, sentei na porta e fiquei ouvindo. Teve um momento em que ambos disseram não suportar mais conviver comigo e que eu dava muitas despesas, praticamente eu era um estorvo em suas vidas. Sei que as dificuldades eram muitas, não tínhamos o necessário para sobreviver, mas será que os obstáculos eram tão intransponíveis à ponto de vocês me odiarem tanto assim? Foi então que um dia, o meu querido avô, me contou a minha história. Neste dia, entendi porque vocês me tratavam daquele jeito e descobri uma coisa que jamais poderia imaginar. Na verdade, não sou filho de vocês, era para eu ter nascido em outra família, pois o vovô me disse que eu era um anjo muito apressado e acabei tomando o lugar do outro anjo que iria nascer nesta família, ou seja, o filho verdadeiro de vocês. Agora sei que vocês me amavam de alguma forma, mas eu era um usurpador e isso vocês jamais aceitariam. Por isso, eu decidi voltar para o céu e tentar saber em que família está o verdadeiro filho de vocês. Assim meus queridos pais vocês voltarão a ser felizes e eu irei para minha família verdadeira! Adeus, vou sentir muita falta de vocês!”


Ass.: O Anjo Perdido



P.S.: Aqui está a letra da música que fiz para vocês:





Uma bela mamãe

Um bondoso papai

Porque cada vez 

Que bate meu coração

Eu sinto 

O amor dos meus pais (BIS)



Quando eu vim

As bençãos de Deus

Caíram sobre mim

E tudo se transformou

Em um grande sonho de amor

Pela primeira vez 

Olhei para os meus pais

E descobri que sou feliz



Eu vivo sonhando acordado

Pedindo doces para o papai

E o carinho da minha mamãe

Porque sou muito carente

E preciso do amor dos meus pais



Uma bela mamãe

Um bondoso papai

Porque cada vez

Que bate meu coração

Eu sinto 

O amor dos meus pais (BIS)





segunda-feira, 7 de maio de 2012

Ações Intempestivas em Situações Inimagináveis




















Passos ao vento
Livres de pensamentos 
Girando nas nuvens
Caminhando sobre a lua
Cantando nos mares revoltos
Dançando na areia
Nadando em pétalas de rosas
Correndo nas ruas perigosas
Subindo nas montanhas geladas
Descendo pelas escadas do morro
Dirgindo pelas estradas sinuosas
Assobiando para os passarinhos
Apagando as luzes da cidade
Acendendo a chama dos apaixonados
Gritando nas manifestações políticas
Rolando nas gramas do Planalto
Pulando pelas janelas alheias
Olhando o povo empobrecido
Levantando as mãos para os céus
Voando pelas estrelas
Navegando pelos oceanos das sereias
Abrindo as portas para a felicidade
Fechando os caminhos obscuros
Batendo palmas para o amor
Sorrindo para as crianças
Louvando a Deus
Por esta vida maravilhosa
Cheia de contrastes
E sonhos brilhantes



sexta-feira, 6 de abril de 2012

ASAS DA FELICIDADE











Você me levou para as asas da felicidade
Mostrou-me os céus e os vales da esperança
Além do amor que se fortifica ao te ver
Lutando corajosamente nas relvas perigosas
Entre os montes da tristeza e da solidão
Lançando os sentimentos mais generosos
No meu pobre coração esbaforido
Que descansa na plenitude dos seus carinhos
Sob o luar das noites belas e misteriosas
Candidamente escondido em suas mãos delicadas

Sou triplamente abençoado pela vida
Amado tão intensamente por uma bela diva
Trilhando o caminho ao seu lado na estrada da alegria
E voando com as asas da felicidade rumo ao paraíso



quinta-feira, 15 de março de 2012

Eu quero salvar uma vida












Eu quero salvar uma vida

Uma vida que rasteja

Na imundície da marginalidade

Entre ratos e vira-latas

Que sofre cotidianamente

Em um mundo repulsivo

De fome e miséria

Onde caminha relutantemente

Para o inevitável fim da vida

Sob um turbilhão de frustrações e mágoas

Que se juntam aos sonhos destruídos

De uma vida que nunca existiu