Águas frias
Águas sombrias
Chuvas que caem
Nos rostos amargos
De sonhos escondidos
Na penumbra da morte
Lágrimas que rolam
Sem descobrir a verdade
Sobre o sofrimento
Que as afligem intensamente
Rios que correm
Em uma só direção
Sem obstáculos
Para o seu destino
Ondas que morrem
Todos os dias
E lembram que a vida
Tem um fim
Lagos que param
E formam espelhos d'água
E mostram a face
Destruída pela dor
Gotas que gotejam
Em uma panela suja
Que não faz comida
E nunca fará nada
Cachoeiras que levam
As vidas sanas e insanas
Para as profundezas
Da inexistência humana