Eu
cheguei a casa
Olhei
as paredes descascadas
As
roupas jogadas no sofá
Os
brinquedos espalhados pelo chão
Pratos
e copos sujos na mesa
Vejo
que meu trabalho não terminou
Não
posso descansar tranquilamente
As
mulheres lutaram anos por sua independência
E
quando realmente a conquista
Continuam
sendo escravas do lar
Parece
que temos que fazer uma nova revolução
Mas,
enquanto isso não acontece
Sento
no sofá, respiro profundamente
E
começo a chorar sem parar
Lágrimas
caem como cachoeiras
Pensamentos
pululam minha mente
Tento
explicar minha dura rotina
Buscando
desculpas para o indesculpável
Quantas
vezes terei que repetir o óbvio
Brigar
por causa de atitudes impensadas
Sem
que isso pare em um Tribunal
Revelando
mágoas e feridas não cicatrizadas
Por
isso, que toda vez que chego em meu bagunçado lar
Eu
choro e acalmo meu coração
Para
que eu possa olhar sempre para ele
E
não meter a mão na cara dele
Por
fazer da minha vida um inferno
E
ao mesmo tempo ser tão amoroso
Que
me faz perdoar todos os seus defeitos
Lembrando
que o nosso amor é eterno