Em uma enorme plantação de flores, havia uma única Flor Negra, que se destacava das demais, por sua exuberante beleza. Podia ser vista de longe por qualquer pessoa. Era visitada constantemente e seu dono a paparicava muito. Este grande sucesso despertou a inveja das outras flores, as vermelhas, as amarelas, as brancas, as azuis, as roxas e todas as demais. Elas tinham muita raiva da bela Flor Negra, pois elas também eram belas e bastante numerosas. E pensavam que a aquela florzinha, como a chamavam, só fazia sucesso por elas estarem ali. Se acaso estivesse sozinha, ninguém olharia para ela. Até mesmo as aves que sobrevoavam a plantação admiravam tamanha beleza.
Numa manhã gloriosa, uns comentários surgiram entre as flores de que aquela florzinha seria vendida e todas ficaram alegres, pois estariam livres daquela aberração, segundo elas. E poderiam todas brilharem novamente, sendo super elogiadas pelos visitantes.
Na tarde daquele dia, a formosa flor foi embora com seu novo dono que era um aficcionado por flores. Houve uma grande festa na plantação e todas cantavam felizes, mas um pequeno detalhe chamou a atenção daquelas flores, no lugar da formosura havia uma outra que estava prestes a desabrochar. Estava protegida com pequenos tapumes que a escondia da visão das outras. Todas ficaram aflitas e curiosas, para saber de que cor seria a nova flor.
No dia seguinte, os pequenos tapumes foram retirados, para surpresa das outras flores, era uma Tulipa Negra, que passou a ser a mais bela da plantação e a mais visitada pelas pessoas. O que despertou a ira das invejosas, que passaram a tramar contra a bela Tulipa Negra.
Na manhã seguinte, as invejosas chamaram o serelepe beija-flor e lhe fizeram um pedido, levar um pólen envenenado para assassinar a bela Tulipa Negra e tirar aquela aberração daquele lugar que somente deveria ficar as verdadeiras e belas flores, segundo elas. O beija-flor recusou. Então, elas o ameaçaram, dizendo que iriam mandar um enxame de insetos para matá-lo. Diante de tal ameaça, ele foi cumprir a missão nefasta, mas quando olhou para a bela Tulipa, desistiu de tirar a vida dela, preferiu arriscar ser morto pelo enxame de insetos, pois aquela beleza magnífica não poderia ser ceifada da terra, sem que fosse apreciada.
Como a primeira tentativa de acabar com a bela flor foi infrutífera, então apelaram para Sr. Corvo da plantação vizinha, que aceitou prontamente o serviço e começou a fazer vários ataques à Tulipa desprotegida. O dono da plantação, vendo o que estava acontecendo, correu rapidamente e salvou-a do corvo assassino. Desenterrou-a e levou-a para cuidar dela dentro da casa.
Na janela, olhando para aquelas invejosas, a Tulipa estava entristecida pela atitude delas, mas de repente nuvens carregadas aparecem nos céus, ventos fortes, relâmpagos e trovoadas. Uma tempestade violenta cai sobre a plantação de flores, ouve-se gritos, choros e lamentações. A tempestade vai embora e deixa um rastro de devastação. A Tulipa olha e não acredita no que vê. Parecia que a ira dos anjos sobreveio sobre as invejosas e a exterminaram da face da Terra. Pecado cometido, castigo recebido.